*Antônio Augusto Ribeiro Brandão*
O período de tempo em que tive que estudar com professores particulares, situa-se nos primeiros anos de minha vida, entre 1938/1945, que abrangem os antigos cursos maternal e primário, antes de fazer o exame de admissão ao ginásio.
Minhas lembranças mais remotas dos meus mestres e mestras são da Irmã Izabel, professora do Educandário São José, em Caxias, no tempo em que as turmas eram mistas. O calor do seu hábito marrom, nos frequentes contatos atenciosos, ficaram na minha mente.
Já residindo em São Luís, a partir de 1940, na rua das Hortas, em frente ao que é hoje a “Casa de Cultura Josué Montello/’ e era a residência dos avós e pais do médico Gabriel Cunha, no início da década de 1940, lembro da professora Lise Ribeiro; ela residia com os pais naquela casa ainda existente na rua Rio Branco, esquina da rua dos Afogados, defronte ao ‘bangalow”, ainda também por lá, da baronesa Itapary.
A professora Lise foi casada com o português Alcindo, pessoa simpática e muito educada, e era filha do tio Paulo Ribeiro e dona Ziloca, e irmã de José Carlos Ribeiro, médico muito acreditado e que foi Secretário de Saúde do nosso Estado.
A professora Lise, para rápida fixação do que ensinava, gostava de versar quando mencionava os nomes dados ao nosso país: ‘Ilha de Vera Cruz, Terra de Santa Cruz, Brasil’, e insistia na repetição pelos alunos, em voz alta.
Na mesma época estudei particular também com a professora Dilú Garrido, membro de tradicional família maranhense parenta da nossa desde que fruto do casamento dos tios Flor e Dedé. As aulas eram ministradas na residência da rua dos Afogados depois da fonte do Ribeirão, sempre de forma tranquila e atenciosa.
Essas foram as minhas primeiras professoras particulares até o final dos antigos cursos maternal e primário, antes que voltássemos a Caxias, onde dei início ao curso primário na escola pública Coelho Neto, tendo como professora, desde as primeiras séries, dona Doralice Carvalho, que também acompanhou me dando aulas particulares.
Essa fase dos meus estudos primários foram de tal forma proveitosa que nem precisei cursar o 5°ano, uma exigência daquele tempo, fazendo logo o exame de admissão e sendo aprovado, em 1945.
Cursei o ginásio entre 1946 e 1949, e a professora Doralice Carvalho voltou a ser lembrada e tornou-se minha madrinha de formatura; ganhei de presente uma camisa social branca, que ficou grande e teve que ser trocada, dias depois.
Com esse testemunho estou homenageando as minhas professoras particulares favoritas, que forneceram as bases fundamentais de conhecimentos para que eu pudesse ter o sucesso nas próximas etapas dos meus estudos, como de fato tive e muito devo a ela.
*Economista. Membro honorário da ACL, ALL e AMCJSP*