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“Diferenças entre estadistas e oportunistas”, por José Lemos

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Artigo publicado originalmente no Jornal Pequeno

Eu imaginei fazer nos próximos textos, reflexões acerca de alguns personagens mundiais recentes que fizeram a diferença para melhor no Planeta Terra, e que eu acompanhei, mesmo ainda criança, adolescente, jovem ou já adulto.

A finalidade dessas reflexões é para que tenhamos alguns parâmetros de comparação com aqueles sujeitos que fazem política no Brasil. Dos que nos governaram no que se convencionou chamar de “redemocratização”?. Começo a sequência com o chinês Deng Xiaoping, o responsável pela “Economia de Mercado Socialista”?, e o grande responsável pelo que sabemos hoje que acontece em progresso na China.

A China foi um País líder por milênios de avanços científicos e tecnológicos, incluindo o desenvolvimento em áreas tão diversas como ciências naturais, engenharia, medicina, tecnologia, matemática, geologia, astronomia e militar.

Entre as grandes invenções chinesas destacam-se: a bússola, a pólvora, o papel e a tipografia.

Talvez o maior símbolo da capacidade de criação e de empreender desse País foi a construção da Grande Muralha da China, que começou entre os anos 220 e 206 a.C e, foi ampliada no tempo, sendo que a maior parte da obra foi executada na dinastia Ming (1368-1644). A China se manteve como potência mundial até o fim do século XVIII.

Com o fim da Segunda Guerra Mundial, já no século XX, a República Chinesa entrou em guerra civil. O Partido Comunista Chinês (PCC), liderado por Mao Tsé-Tung (1893-1976) proclamou a República Popular da China, em primeiro de outubro de 1949.

O PCC conseguiu unificar a China, e pôs em prática um conjunto de políticas. O plano foi chamado de “O Grande Salto Para Frente”?, lançado entre 1958 e 1960. Objetivava transformar a China, então um país essencialmente agrário e atrasado, em uma potência industrial e verdadeiramente socialista. Mas o resultado foi uma catástrofe que deixou o país mais pobre e provocou a morte de aproximadamente 30 milhões de chineses. Nos anos de 1960, foi lançada a Revolução Cultural que gerou um caos no país e deixou a China ainda mais pobre e isolada no mundo.

O panorama começou a mudar quando o então presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon, em plena Guerra Fria, queria isolar a então USSR, que havia se afastado da China. Para tanto se encontrou com o líder Mao Tsé-Tung, em fevereiro de 1972. Mas as turbulências reacenderam depois da morte de Mao Tsé-Tung em 1976, e a Ascensão da chamada “Gang dos Quatro”?. Deng Xiaoping caiu em desgraça com o grupo que tinha na viúva de Mao, uma das maiores, se não a sua maior líder.

Aos poucos Deng recuperou a sua influencia no PCC e, em dezembro de 1978, conseguiu iniciar a execução dos planos de reforma que fizeram com que o País conquistasse a maior mudança que um País experimentou em prazo tão curto de tempo. As reformas incluíam as modernizações da agricultura, indústria, comércio, ciência, tecnologia e militar. Propiciou uma grande abertura diplomática. Criou várias Zonas Econômicas Especiais (ZEE). Nessas ZEE as empresas estrangeiras poderiam se instalar no País, mas tinham que assumir protocolo que assegurava a participação de empresas chinesas. Deng foi o primeiro líder Chinês a visitar os Estados Unidos. Isso aconteceu no fim de janeiro de 1979. Foi recebido pelo então Presidente Democrata Jimmy Carter. Um marco histórico na relação entre os dois países. E entre a China e o mundo.

Não resta qualquer dúvida que a partir da ousadia daquele homem do alto da sua estatura de apenas 1,52m, a China deixou de ser uma economia agrária, atrasada e politicamente isolada, para ser uma grande protagonista na econômica mundial. Transformou-se na “Fábrica do Mundo”?.

Rótulo que os chineses desejam superar. Querem deixar de ser apenas a “Fábrica do Mundo”? para se transformarem em líderes mundiais em Ciências e de Tecnologias de ponta.

Alguém tem alguma dúvida de que isso está prestes a acontecer? Se tiver, saiba que as Universidades Chinesas já se constituem em algumas das maiores “fábricas”? de Doutores do Mundo. Cientistas chineses da atualidade estudaram nas melhores Universidades do Planeta, com prevalência, claro, das Americanas.

Deng Xiaoping foi o primeiro líder comunista chinês a se aposentar. Isso aconteceu em 1992. Antes disso fez uma longa viagem pelas ZEE que proliferaram depois de criadas, sob a sua liderança. Morreu em fevereiro de 1997, aos 92 anos. Antes disso, abriu mão de todos os títulos vitalícios e regalias especiais devidos aos cargos que exerceu. Alguém conhece um único exemplar de “Esquerdista”? Tupiniquim com conhecimento, talento e desprendimento daquele pequenino homem Chinês?

Acabamos de eleger Presidente da República, Governadores, Parlamentares Federais e Estaduais. Mas a manchete do O Estadão de hoje, sexta-feira, 12/07/2019, nos traz a seguinte ameaça: “Rodrigo Maia viu crescerem as apostas sobre uma eventual candidatura à sucessão do presidente Jair Bolsonaro em 2022”?. Ele não é único.

Há outros “presidenciáveis potenciais”?. Antes o Deputado, que se diz esquerdista, Paulinho da Força, declarou, sem qualquer constrangimento, que o parlamento não poderia aprovar o projeto de Reforma da Previdência tal como mandado pelo Governo Federal. Porque, sendo aprovado, segundo ele, do alto do seu apego ao cargo como belo exemplar da “esquerda”? tupiniquim a que se define como membro, o atual presidente seria reeleito em 2022 se isso acontecesse. Tais os avanços que o País conseguiria, ainda segundo ele. Avanços no País? Nem Pensar!

Estadistas de esquerda como Deng Xioping não nasceram nestas bandas!

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*José de Jesus Sousa Lemos é engenheiro agrônomo e professor da Universidade Federal do Ceará

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